Às vezes sinto uma necessidade incomum de me
"desculpar", justificar os meus atos para o mundo. Necessidade
de que entendam o que eu sou e o que quero fazer. Quase como se quisesse provar
que não sou uma farsa, e que apenas não sei como dizer e fazer o que quero. E aqui estou eu me desculpando novamente.
Pergunto qual o motivo disto, por que preciso
dizer quem sou? Por que tenho que fingir ser outra coisa de vez em quando?
Ir contra a imagem que criaram para nós sempre
deixa um desconforto, no meu caso pelo
menos. A filha comportada, a sobrinha adorável, aquela que não dá trabalho,
a cabeça aberta e a que cumpre as expectativas. Deixar qualquer item desses
fora da lista de coisas a fazer é motivo de chateação.
“Não sei, mas me parece desperdício, viver o que
esperam”, sim e é mesmo. Mas viver de acordo com isso significa não ser
incomodado, e para mim isto tem sido o suficiente. Mas acho que chega um
momento em que realmente fica cansativo.
Estou longe de ser a perfeitinha, mesmo que tente
atender a todos os itens da lista. Não se
pode ter tudo não é?
Acho que apesar de todos serem mutáveis (em
gosto, caráter, nas relações interpessoais, etc.), poucos entendem que os
outros mudam; acho que me incluo nos que não
entendem.
'Taí outra coisa estranha, minha habilidade de
compreender racionalmente o que acontece com meus relacionamentos, mas não
aceitar nenhuma das minhas próprias explicações (desculpas e desculpas para minha hipocrisia enfeitada).
Devo acrescentar que percebi que isso não passou
de um texto para desculpar minha necessidade de me desculpar, e mesmo assim sinto
vontade (com o menor dos apelos que esta palavra evoca) de torna-lo público.
Quando essa adolescência irá passar?
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