Ando percebendo pequenos defeitos, não meus ou seus, mas
defeitos que existem e estão por aí. Estou tentando entender o porquê de
competirmos por tudo, o porquê de querermos tudo. O egoísmo que não é só meu, a
agonia, a dúvida, que não nos pertencem.
O que tentamos fazer? Amamos e somos amados -ou não- e não
conseguimos ficar sem. De repente algo se cria, e não é uma dependência, é um
sentimento de possuir, ou de pertencer. Mas parece tão errado dizer isso. Por
quê? É natural, aprendemos que é assim, é assim que tudo funciona.
Não queremos ser realistas, porque, sinceramente, realismo é
uma porcaria. A realidade não satisfaz nosso ego. Por isso nos desprendemos
dela e ficamos a deriva. O que os outros pensam nos influencia sim, não tente
dizer o contrário. Talvez seja por isso que é tão importante ter nossas
informações tão bem divulgadas.
No fim das contas, somos todos carentes, de atenção, amor,
glória, enfim, seja lá o que for que nos falta. Mas não gostamos de admitir, é
vergonhoso assumir a posição de quem precisa de algo. Quem sabe seja por esse motivo que nos
escondemos atrás de um pseudo recalque, qualquer coisa que nos afaste da
incoerência. O que é estranho já que é aí que ela aparece.
Embora já tenha perdido o foco do que seria o assunto do
texto, acho interessante o modo como nos fazemos de forte ou de vítima. O modo
como ora nos deixamos conhecer e ora fechamos todas as persianas. Como que para
manter sempre o segredo.
É curiosa a maneira como não nos damos conta disso até que
façamos uma pausa, achamos sempre que somos genuínos e que nossos interesses
também o são, quando na verdade apenas não reparamos como tudo isso apenas
compõe a imagem que tentamos construir, aquela que divulgamos.
Acho que também não quis me revelar, afinal, não surgiram
aqui as palavras que me perturbavam a mente. Mas para um esboço, acho que já é
o bastante.
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