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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

"Ansiedade"

Sentia como se seu estômago fosse se desfazer numa confusão de arrependimento e duvida. Não havia nada a ser feito e agora era só esperar o inevitável.
A dor da vergonha que estampa seu rosto, queimando a pele como fogo em brasa. Olhares que se desviam em escárnio para encontrar a simpatia do colega ao lado.
Nada é bom o suficiente e fica ainda pior quando isso se prova verdade. Como dizer que está sendo exagerada se nada lhe prova o contrário?
O coração vai à garganta e lá fica para uma pausa dramática, infla-se fazendo com que o peso curve suas costas.
 Enfim ela o vomita, e tudo que foi com ele, exposto. As costas permanecerão curvadas mais algumas horas, para se desdobrar em alívio no fim de semana que se aproxima.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

"Cidadão Anônimo "

Li e concordo em ser vigiada. Conspiro com compras, livros e trabalhos escolares. Sou acusada de olhar as notícias.
Uma conversa particular e aquele site da China tomou conta das minhas redes. O livro que pesquisei ontem é a estrela da minha tela, protagonizando cada página e o que achei que fosse anônimo está apenas abaixo da superfície.
Um botão, um link e minha vida está agora na vitrine, gratuitamente, para o olhar de todos. Minha voz constitui um banco de dados, minha localização está garantida. Agora só preciso chatear a CIA.
 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

"Mais uma xícara"

Ela acreditava que até uma cadeira poderia ser descrita com mais emoção. K não conseguia aceitar o rumo que sua vida tinha tomado. Um dia após o outro, cheio de nadas e não há melhor maneira de escrever sobre isso.
Parece fácil olhar para essas páginas e depositar aqui toda a angústia que isso lhe causava.
Todos os porquês lhe escapavam das mãos, mas K sabia que era sua responsabilidade fazer algo por si mesma. Enquanto olhava para o dia claro através de persianas meio fechadas, ela decidiu que tomaria um banho, se arrumaria e finalmente ""seria a mudança que queria ver em sua vida"". Ela pensou em todos esses clichês e citações de filósofos e líderes espirituais enquanto prendia o cabelo preto em um coque no topo da cabeça. Sabia que depois daquela porta encontraria toda a sua ansiedade, como uma criança na sala de espera do dentista.
A coragem que a preenchia se esvaia conforme as horas passavam arrastadas e decisivas. K chegara ao escritório no horário de sempre, colocou sua bolsa na cadeira, como sempre, tirou seu cardigã e o pendurou atrás da porta mais uma vez. Seu chefe estava a poucos metros de distância e ela sabia que poderia falar com ele se quisesse. Em vez disso desceu as escadas e entrou no banheiro escuro. Dez minutos e muitas suspeitas de intoxicação alimentar depois, K se viu no corredor novamente, a porta cinza a encarava, uma atmosfera ameaçadora.

Mais cedo ou mais tarde, ela sabia, deveria fazê-lo, mas como sempre, escolheu mais tarde.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

E cá estamos no primeiro post do ano. E começo me perguntando se ainda há alguém do outro lado deste punhado de pixels.

domingo, 23 de novembro de 2014

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A negação do amanhã nos faz refém da falta do que não temos hoje, dia infindo e, aos nossos olhos, imutável. O dia seguinte não passa de uma continuação. Um brinde à eternização do mesmo.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

"Se ao menos essa paz permanecesse"

Deixe-me viver no encontro de teus braços e irei aproveitar esses minutos de paixão infinda e toda a contradição que traz contigo.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Não haviam mais palavras a serem ditas, mas ela insistia em dizê-las. 
Como se o fim fosse mais insuportável que a dor  que o causou. 

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Mais fácil que colocar seus defeitos no outro é seguir em frente e largar a bagunça pra quem ficou.

terça-feira, 22 de julho de 2014

Acho que vou ter que  me acostumar a ser passado.
Quando falei de joguinhos, deveria ter prestado atenção naquele do qual estava participando. Afinal agora tudo se foi. Eu perdi e nem me dei conta. Não que perder ou ganhar valha de algo nessa situação, mas o fato de não conseguir me expressar -de novo- fez com que eu acabasse aqui, despejando minhas palavras no vazio tudo porque não consegui fazer o que deveria ter feito com elas a principio.
Não sei, mas a bagunça está espalhada aqui e está tudo pior do que era antes. Meu mundo está de cabeça pra baixo mas só eu posso faze-lo voltar ao normal, se é que existe normalidade. Estou tremendo e até agora não consegui entender o porquê. 
De certa forma ainda ha muito a ser falado, muita coisa tumultuada, mas acho que essas coisas terão que achar um lugar, se amontoar com as outras coisas não ditas, não ouvidas e perguntas sem respostas.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

"O por vir"


Seus problemas pareciam mesquinhos diante da necessidade de auto-conhecimento. O frio na barriga, os sussurros contínuos em seu ouvido "liberte-se" eles diziam. Mas ela permanecia imóvel, paralisada pela ansiedade: o tal medo do por vir. Havia quem perguntasse se um dia a menina assustada voltaria a se mover. Quando é que a vida voltaria para aqueles olhos de vidro?

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Desabafo ³

Estava me sentindo perdida, ainda estou na verdade, por isso me perdoe se minhas palavras saírem bagunçadas. Tudo está bagunçado aqui. A novidade é que agora que estou sozinha não há desculpas para deixar como está. O jeito é encarar o desarrumado.
Passei anos me cercando de melancolia e versos sujos, e agora não sei o que é mais real: a tristeza ou o medo de não sentir nada. Talvez só queira achar que existe algo de especial nisso, quando na verdade não ha nada além do objeto.
Mas ha algo inegável: não sou Schrodinger e gosto de saber até a ultima gota de tudo. 

segunda-feira, 23 de junho de 2014

quarta-feira, 18 de junho de 2014

terça-feira, 3 de junho de 2014

É estranho escrever pra ninguém. 
É como despejar a alma num vazio mudo e insatisfatório.